sábado, 19 de abril de 2008

Imprudência ou brutalidade?

(crônica jornalística em 06/04/08)

No ano passado, o Brasil inteiro ficou comovido com o fim brutal do menino João Hélio, que foi arrastado pelas ruas enquanto delinqüentes roubavam o carro de sua mãe. Agora, outro fato ganhou repercussão no país: a morte de uma menina de cinco anos. Isabella Nardoni foi jogada pela janela do apartamento do próprio pai. O crime ainda é um mistério, mas o pai e a madrasta foram presos como suspeitos.

Imprudência? Covardia? Fatalidade? Ou barbaridade? O que será a causa de tantos assassinatos de crianças no país. Será que vamos ter de sempre esperar o laudo da perícia médica para chegar a uma conclusão? O pai é o culpado? A madrasta? O vizinho? O ladrão? Quem?

Antes, acreditava que as crianças eram bem-vindas ao reino dos céus. Será que isso mudou? Se bem que Herodes já proibia as criancinhas em seu reinado. Vai entender. Eu pensava que os gurizinhos traziam perseverança ao mundo. Algo que poderia ser protegido por um Ser superior.

Mas, não é bem isso que estamos vivenciando. Dados divulgados pelo Sistema de Informações sobre Mortalidade mostram que em seis anos foram registrados 5.049 homicídios de meninos e meninas com idades até 14 anos. As mortes podem acontecer por sufocamento, facadas, estrangulamentos. Tudo isso, dentro de casa.

Se não temos mais segurança nem com os próprios pais, com quem mais deveremos ter? Uma vez entrevistei um senhor e ele afirmou que, na Bíblia, há uma passagem (não sei onde) que diz: “bem aventuradas serão aquelas mulheres que não tiverem filhos”. Não sou mãe, mas posso afirmar que, para se ter um filho, é preciso muita dedicação e preparo emocional. Bom, isso é o que mais dizem os especialistas.

E aí eu continuo a perguntar, de quem é culpa dessa perversidade que assombra o mundo? Será que vamos chegar ao ponto de achar que é normal assassinar seres que ainda nem sabem o que fazem por aqui? Até quando vamos fingir ter paciência e esperar a cura desse mal que nos atormenta a todo instante. Ou será que já nos oficializamos como uma nação de assassinos?

Um comentário:

Edsandra Carneiro disse...

Preciso escrever outra crônica sobre a postura da imprensa brasileira diante do caso. Impressiona como o fato virou uma novela jornalística...