sábado, 19 de abril de 2008

Alta nos preços (Parte I)

Se você é daqueles que ao ler o caderno de economia não entende nadica de nada sobre o assunto, calma, você não é o único. A partir desta semana e até o final deste semestre nós vamos produzir uma série de artigos para que você possa entender um pouco mais desses inúmeros termos tão usados pelos economistas. Para começar vamos falar de inflação.

Entende-se por inflação a elevação generalizada nos preços. Por exemplo, todos os meses quando vamos ao supermercado sentimos um ligeiro acréscimo nos preços dos alimentos. É possível perceber esse aumento nas mensalidades escolares, nos medicamentos, no vestuário, na conta de energia, no valor do combustível, no aluguel e entre outras coisas que consumimos. Esse aumento pode ser gerado por vários motivos: o excesso ou a falta de chuva prejudica as plantações, consequentemente, a colheita. Sendo assim, os produtos vendidos na feira e nos hortigranjeiros ficam com o custo maior pra gente pagar. Isso acontece porque produtor precisa pagar as despesas com a produção desses produtos. Talvez fique melhor de entendermos da seguinte maneira: se um agricultor plantou 100 pés de tomate e só colheu 50, ele vai precisar compensar essa perda no preço dos tomates colhidos. Ao elevar o valor do tomate, consequentemente, haverá um aumento desse alimento nos supermercados e nos restaurantes, tem-se então, o choque de oferta.

Uma outra forma de ter inflação é através do aumento de consumo de certos produtos e serviços. Imagine que uma fábrica tenha a capacidade de produzir 100 celulares, mas existem 200 pessoas querendo comprar. Nesse caso, se a fábrica não tem como produzir estes outros 100 aparelhos ela vai encarecer o valor destes produtos. Dessa forma, se quisermos comprar tais telefones teremos que pagar mais caro e aí teremos a inflação.

Há um outro tipo de alta generalizada nos preços, conhecida como inflação de custo, ela acontece quando só uma empresa presta um serviço na sua cidade, como a distribuição de energia, aqui no Estado temos a Escelsa. Essa exclusividade é conhecida pelo termo monopólio. Assim, pelo fato de somente esta companhia distribuir a luz elétrica ela vai estipular o preço que quiser para você pagar, é uma decisão dela, não existe concorrência. Mas isso não acontece só na energia não. Quaisquer bens essenciais como água e petróleo são setores monopolizados e você paga o que estas empresas resolverem taxar.

Falando nisso, você já parou para pensar que quando o petróleo sofre alguma alta no preço, tudo no mercado sobe? O combustível vem do petróleo e a maioria dos produtos no Brasil é transportada por caminhões. E com o aumento da gasolina os empresários vão repassar essa alta nos produtos que serão por nós consumidos. É bom lembrar que o petróleo é base energética mundial. Para você ter uma idéia a indústria e a construção civil dependem desse precioso bem.

Sabe aquela peça de carro que você teve que comprar e que veio lá de fora? Então, a moeda que movimenta esse produto aqui dentro do país, para entrar ou sair, é o dólar. E quando ela sofre um aumento ou queda faz com que os preços subam ou caiam. Se subir, você terá que pagar mais caro e aí você já sabe o que vai acontecer, né? Isso mesmo, ela a inflação.

Se buscarmos na história, durante meados dos anos 1980 você ou o seu pai devem se lembrar que o Brasil sofreu muito com a inflação. Foi uma época em que os preços subiam todos os dias. Tudo subia. E para o trabalhador conseguir pagar o que consumia, o empregador tinha que pagar um salário maior, ou seja, o mínimo mais a porcentagem da inflação que havia sido durante o mês. Por exemplo, se hoje o mínimo é de R$ 415 e se a inflação tivesse sido de 30%, o assalariado receberia R$ 539,50. Sendo que, para o contratante pagar este valor ele tinha que aumentar o preço de seus produtos mais uma vez. Esse ciclo tornava-se como uma bola de neve, se os custos subiram ontem subiriam hoje também.

Você deve estar se perguntando: Por que a inflação é ruim? Quem é que ganha com ela? Ninguém ganha, só perde. Para você ter uma idéia, quando o governo vai receber os impostos que todos nós pagamos, os valores não serão os mesmos que foram cobrados antes. Os tributos que costumam serem pagos em prestações terão sofrido queda conforme a inflação. Nas empresas as vendas caem porque as pessoas terão menos poder de compra. Assim, o governo precisa controlar a inflação, caso contrário, o país vira um caos...

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