sábado, 19 de abril de 2008

Alta nos preços (Parte II)

...Existem várias maneiras de monitorá-la. Uma dessas formas é fazer a média de uma lista de preços de produtos consumidos através da comparação entre um mês e outro, ou seja, uma média do comportamento dos preços na economia, esses cálculos são chamados de índices. Estes são conhecidos por siglas que você já deve ter ouvido ou lido por aí. O IPC-A (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) mede a variação de preços entre o produto que você compra no mercado e que você consome. Esse cálculo, feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) serve de referência para o governo reajustar o valor dos salários mínimos. Já os donos de supermercados (varejo) compram o produto direto da indústria (atacado) e a média de preços entre esses dois setores é conhecido com IPA (Índice de Preços no Atacado). Mas existe um referente ao cálculo de todos os preços no mercado, ou seja, toda economia, que é o IGP-M (Índice Geral de Preços de Mercado). A partir desse indicador você obterá o aumento na conta de energia, no aluguel, no telefone entre outros. Como ele é a média de toda economia, ele é calculado a partir de uma média ponderada entre três indicadores de preços: o IPA (Índice de Preços no Atacado), o IPC (Índice de Preços ao Consumidor) e o INCC (Índice Nacional da Construção Civil). Este último é ligado aos valores do mercado imobiliário, mede-se pelo Custo Unitário Básico (CUB) de cada região, ou seja o pedaço de terra para construção de casas, comércio e indústria entre outros.

O cálculo funciona assim: 60% de IPA, 30% de IPC e 10% INCC. A média é feita a partir desse percentual de cada lista de produtos consumidos conforme os tipos índices e o resultado é a soma desses valores. Por exemplo, se em um mês o IPA teve uma variação de 10%, esse número aplicado em 60% teremos 6%, da mesma forma se o IPC teve uma diferença de 10% teremos um percentual de 3% e se o mesmo acontece com o INCC e aplicado em 10% haverá uma variação de 1%. Então, 6% + 3% + 1% = 10%. A soma desses percentuais será o IGP-M. Esse cálculo é feito pela Fundação Getúlio Vargas e esse resultado serve de referência para o reajuste de contratos como já citados acima.

De vez em quando, a gente lê ou ouve algum jornalista ou economista falar em aceleração, desaceleração e deflação. São termos comuns no meio econômico, mas é preciso muito cuidado para não confundi-los. Aceleração refere-se ao aumento rápido da inflação. Desaceleração, quer dizer que os preços continuam subindo, mas em ritmo baixo. E a deflação é variação negativa dos preços, a queda no valor das mercadorias.

Outra sigla muito usada é o PIB (Produto Interno Bruto), quando o citarem querem se referir a riqueza produzida por uma economia em determinado período de tempo, geralmente um ano, ou melhor, todo o dinheiro que foi gasto pelo país. O PIB é calculado a partir da soma do que foi consumido pelas famílias, pelas empresas, pelo governo e pelo o que foi exportado. Dessa soma subtrai o que foi importado, quer dizer, o que foi consumido no exterior. O resultado disso é o crescimento econômico.

Mas o PIB não mostra como essa riqueza gerada é distribuída para a população.
Essa distribuição é chamada de IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), e é mensurada pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Este programa calcula o IDH com base entre a expectativa de vida do país, a escolaridade e o renda per capta (média de salário) de cada habitante. Com esse índice é possível dizer que no Brasil, apesar de ter uma das economias mais forte do mundo, esses valores não são bem distribuídos ficando concentrado na mão de poucos, o que gera uma grande desigualdade social.

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